As trilhas, enquanto instrumentos
pedagógicos para a educação ambiental devem explorar o raciocínio lógico,
incentivar a capacidade de observação e reflexão, além de apresentar conceitos
ecológicos e estimular a prática investigatória (LEMES et al., 2004). Para Dias
& Zanin (2004), as trilhas traduzem para os alunos visitantes das áreas
naturais os fatores que estão além das transparências, como as leis naturais,
histórias e fatos (PÁDUA & TABANEZ, 1998). Têm o propósito de estimular os
grupos de atores a um novo campo de percepções, com objetivo de levá-los a
observar, experimentar, questionar, sentir e descobrir os vários sentidos e
significados relacionados ao tema selecionado (VASCONCELLOS, 1998).
As trilhas interpretativas, de
acordo com Di Tullio (2005), são também uma estratégia utilizada para maior
integração entre o ser humano e o meio natural, proporcionando um melhor
conhecimento do ambiente local, dos seus aspectos históricos, geomorfológicos,
culturais e naturais. A interpretação da natureza no contexto de uma trilha
ecológica é atividade educativa que tem como objetivo a revelação de
significados, relações ou fenômenos naturais por intermédio de experiências
práticas e meios interpretativos, ao invés de simples comunicação de fatos e
datas (DIAS, 2001). A percepção da paisagem em uma trilha de interpretação é
apenas uma breve amostragem de suas seqüências, estruturas e dinamismo, porém,
as experiências ambientais envolvidas trazem uma lição pertinente à compreensão
mais profunda de nossas próprias percepções e vivências ambientais, diante de
tantos e tão diferenciados ecossistemas naturais e construídos (LIMA, 1998).
As trilhas ecológicas são um
forte aliado da educação ambiental, auxiliando na formação de cidadãos
críticos, capazes de atuarem sobre a realidade, tornando-a menos agressiva para
o meio ambiente e aguçando a percepção ambiental da sociedade como forma de
aproximar o mundo natural às suas necessidades. Sobretudo, trilhas ecológicas
possibilitam que as pessoas desfrutem de todos os aspectos positivos e
inerentes do meio ambiente, melhorando a qualidade de vida e aprimorando
conhecimentos. Da Silva et al. (2006) afirmam que o contato e a observação
direta com a natureza tornam as pessoas mais sensíveis para perceber a ação do
ser humano no meio ambiente. Muitos participantes não reconhecem o patrimônio
natural original, confundindo plantas e animais exóticos como nativos,
demonstrando a influência cultural na paisagem da região. Através da
sensibilização da trilha ecológica fica evidente o grande elo que existe entre
o ser humano e a natureza, reconhecendo na biologia uma das bases da formação
de ambos.